19/08/2024 às 08h07min - Atualizada em 19/08/2024 às 08h07min

Como Silvio Santos ajudou a explicar o Plano Real

A moeda começou a circular no Brasil em 1994.

CNN
Reprodução/Fundação FHC
O apresentador Silvio Santos, que morreu no neste sábado (17), recebeu em 1994, durante um programa ao vivo o então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso. Durante o programa, FHC explicou o novo plano econômico para o Brasil da época. Silvio questionou sobre a Unidade Real de Valor, a URV, e como as mudanças impactariam a vida dos brasileiros.

A conversa foi conduzida, como de costume, pelo tom bem humorado do apresentador. Logo no início, Silvio questionou: “Os meus funcionários me perguntam se eles vão perder alguma coisa com a URV. O que o senhor acha, ministro?”.

Em seguida, FHC explica as mudanças com exemplos práticos e que se aplicavam ao dia a dia dos brasileiros.


“Unidade Real de Valor quer dizer justamente que ninguém vai perder nada do salário. Hoje, como você sabe, com a inflação, a gente acha que ganhou um monte de salário, mas quando vai ver, o montão sumiu. Porque, a inflação corrói o salário. É um sorvete no asfalto quente”, apontou o então ministro.
Na conversa dinâmica com a grande figura da televisão brasileira, Fernando Henrique Cardoso explicou que os salários teriam reajustes conforme a inflação.

“O preço subiu? O salário subiu junto”, repetia.

Durante o programa, o apresentador e o ministro discutiram de forma popular outros pontos da mudança no plano econômico, como a dinâmica do aluguel. Ao fim, ambos destacaram que “nunca houve um plano que aumentasse o salário do trabalhador de acordo com a inflação”.

Plano Real

O Plano Real foi um processo de estabilização econômica iniciado em 1993, e o seu sucesso representou a quebra da espinha dorsal da inflação no Brasil. A entrada em circulação do real em 1º de julho de 1994 mudou o cenário de uma inflação que, no acumulado em doze meses, chegou a 4.922% em junho de 1994, às vésperas do lançamento da nova moeda.
 
A inflação, que finalizou 1994 com 916%, atingiu 22% em 1995. Desde então, mesmo com as várias crises internacionais e internas que prejudicaram a estabilização econômica, o IPCA acumulado em 12 meses passou de 9% em poucas ocasiões.

 
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