19/08/2024 às 08h52min - Atualizada em 19/08/2024 às 08h52min

Oito em cada dez consumidores que atrasaram contas em julho são reincidentes

Houve uma queda de ‐12,45% no número de devedores reincidentes, aqueles que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes

Redação - Pauta Real
Foto: Agência Brasil

Dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontam que, em julho de 2024, do total de negativações, 85,22% foram de devedores reincidentes, isto é, que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes nos últimos 12 meses.

Considerando o universo de devedores reincidentes, 61,75% foram de consumidores que ainda não tinham pagado dívidas antigas até julho; e 23,48% tinham saído do cadastro de devedores nos últimos 12 meses, mas retornaram. O restante, 14,78%, não esteve com restrições no CPF ao longo dos últimos 12 meses e, por isso, não foram considerados reincidentes.

NÚMERO DE PESSOAS REINCIDENTES POR TIPO

“Os dados mostram que temos no país menos pessoas reincidindo, ou seja, retornando para o cadastro de negativados, mas mantemos o número de inadimplentes estável. Isso significa que temos novos devedores. Pessoas que não estavam com o nome sujo passaram a ficar devendo. É preciso responsabilidade na tomada de crédito e verificar todas as taxas envolvidas antes de assinar um contrato para evitar surpresas desagradáveis no futuro”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

REINCIDÊNCIA ACONTECE, EM MÉDIA, APÓS 2,5 MESES DO PRIMEIRO ATRASO

O indicador ainda revela que o tempo médio entre o vencimento de uma dívida para outra é de 72,6 dias, ou seja: depois de 2,4 meses (em média) de ficar inadimplente, o consumidor volta a atrasar o pagamento de uma segunda conta.

Os dados do indicador mostram que, nos últimos 12 meses encerrados em julho de 2024, houve uma queda de ‐12,45% no número de devedores reincidentes, aqueles que já tinham aparecido no cadastro de inadimplentes no período analisado. A comparação é com os 12 meses anteriores.

“Com a reversão das expectativas com relação a taxa de juros no país, o crédito acaba ficando mais caro e consequentemente mais difícil de pagar. As ofertas que surgem com a melhoria da renda também precisam ser avaliadas com cautela para que o consumidor não acabe se endividando além da conta”, avalia o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

NÚMERO DE PESSOAS REINCIDENTES 


A abertura por faixa etária dos devedores reincidentes mostra que o número de reincidentes com participação mais expressiva no Brasil em julho foi da faixa de 30 a 39 anos (26,58%). A participação dos devedores reincidentes por sexo segue bem distribuída, sendo 54,40% mulheres e 45,60% homens.

NÚMERO DE PESSOAS REINCIDENTES POR FAIXA ETÁRIA E SEXO

O Indicador de Recuperação de Crédito de Pessoas Físicas do SPC Brasil mostra a evolução do número de consumidores que deixaram os cadastros de inadimplentes por terem realizado o pagamento das suas dívidas em atraso. São utilizadas as informações de saídas de CPFs das bases às quais o SPC Brasil tem acesso. Em conjunto com os dados de reincidência, esses dados permitem melhor monitoramento da inadimplência no país, que atinge cerca de 41,25% da população adulta.

VOLUME DE BRASILEIROS QUE QUITARAM DÍVIDAS CAI -1,42% EM JULHO

Os dados do indicador de recuperação de crédito mostram que, nos 12 meses encerrados em julho de 2024, houve queda de ‐1,42% no número de consumidores que conseguiram sair das listas de negativados. A comparação é com os 12 meses anteriores.

A queda do indicador acumulado em 12 meses se concentrou na diminuição da recuperação de consumidores que levaram de 3 a 4 anos (‐18,47%) para efetuarem o pagamento de todas suas dívidas.

Observando a abertura por faixa etária dos consumidores que quitaram suas dívidas, o número de consumidores recuperados com participação mais expressiva no Brasil em julho foi da faixa de 50 a 64 anos (22,97%).

A participação dos consumidores recuperados por sexo segue bem distribuída, sendo 51,03% mulheres e 48,97% homens.

Em julho de 2024, cada consumidor recuperado pagou, em média, R$ 3.053,49 na soma de todas as dívidas que tinha. Os dados ainda mostram que 52% pagaram até R$ 500 nas dívidas que possuíam.
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