08/05/2024 às 18h58min - Atualizada em 09/05/2024 às 08h00min

Número de famílias com contas em atraso tem queda na Paraíba e endividamento se mantém estável

No estado, 3,1% das famílias não teriam condições para pagar as contas em atraso em abril, segundo pesquisa CNC

Redação - Pauta Real
Foto: Agência Brasil
Permaneceu em 83,1% o  percentual de famílias endividadas na Paraíba no mês de abril. O resultado se mantém estável e foi igual ao registrado no mês de março, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O número de famílias com contas em atraso teve uma pequena redução, saindo de 5,8% em março para 5,5% em abril, o menor percentual do país. 

No estado, 3,1% das famílias não teriam condições para pagar as contas em atraso em abril. Já no mês anterior, o resultado foi de 3,4%.

O Paraná foi o estado que apresentou o maior nível de endividamento (90,3%) no mês. Em abril, 17 Unidades Federativas apresentaram percentual acima do resultado nacional.

Em relação à inadimplência, o Rio Grande do Norte foi o estado que teve maior nível de famílias com contas em atraso (55,9%). Enquanto o Amazonas revelou o maior nível de famílias sem condições de pagar as dívidas atrasadas (21,7%).

No país, o endividamento das famílias aumentou pelo segundo mês seguido, atingindo 78,5% em abril. O aumento do número de pessoas com dívidas no cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa demonstra haver maior demanda por crédito.

Conforme o presidente da CNC, José Roberto Tadros, esse movimento é reflexo da queda da taxa de juros, que estimula o acesso ao crédito por conta de um menor custo financeiro. “As projeções da Confederação indicam que o endividamento deve continuar em ascensão, o que exigirá maior atenção ao risco de aumento da inadimplência, especialmente no fim do ano”, afirma Tadros.

A inadimplência se manteve estável em 28,6% da população, porém o número de consumidores que afirmaram não ter condições de pagar suas dívidas vencidas foi o maior no ano, chegando a 12,1% dos entrevistados. Esse aumento da dificuldade de pagamento foi acompanhado pelo crescimento de 0,4 ponto percentual na parcela de famílias consideradas “muito endividadas”, que atingiu 17,2%, maior patamar desde janeiro.

Endividamento sobe entre os mais pobres e cai entre os mais ricos

Conforme explica o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, a Peic de abril mostra que a população de renda menor foi a principal responsável pelo aumento do endividamento geral, embora tenha havido incremento também nas demais categorias. As famílias com renda até 3 salários mínimos tiveram avanço de 0,7 ponto percentual no endividamento, chegando a 80,4% do total. Para aqueles com renda entre 3 e 5 salários, o crescimento foi de 0,4 ponto percentual, levando a 79,7%; as famílias com renda entre 5 e 10 salários tiveram aumento de 0,5 ponto percentual, atingindo 75,5% de endividamento. Por fim, aquelas com mais de 10 salários foram as que menos aumentaram seu nível de endividamento: 0,3 ponto percentual, elevando o indicador a 71,7%.

Em relação ao mesmo mês do ano passado, as famílias com renda abaixo de 5 salários mínimos estão mais endividadas, enquanto as classes mais altas (as que recebem entre 5 e 10 salários mínimos e acima de 10 salários) reduziram seu endividamento. A diminuição mais expressiva foi no grupo dos mais ricos, que recebem acima de 10 salários – a queda foi de 75,3% para 71,7%. “O aumento do endividamento sugere uma melhoria das condições de renda das famílias mais pobres”, aponta Felipe Tavares. O economista-chefe destaca, no entanto, que é importante que os consumidores busquem educação financeira para evitar a inadimplência.

Ricos mais inadimplentes

No que diz respeito às dívidas em atraso, as classes de maior renda apresentaram aumento da inadimplência. As famílias com renda entre 5 e 10 salários aumentaram, de 20,7% para 22,2%, o indicador entre março e abril; as que recebem mais de 10 salários subiram de 14,3% para 14,6% no mês. Por outro lado, a população com renda mais baixa registrou uma redução da inadimplência para 35,8%, percentual menor do que no mês anterior e do que em abril de 2023 (quando o valor estava em 36,4% e 36,3%, respectivamente).

Taxa menor de juros favorece endividamento imobiliário

Com referência às modalidades de crédito, o cartão de crédito permanece como a principal fonte de endividamento, sendo utilizado por 87,1% dos devedores. Por outro lado, carnês e cheque especial continuaram perdendo representatividade na carteira de crédito dos consumidores.

O financiamento imobiliário apresentou o maior crescimento anual, resultado da redução dos juros médios da modalidade, que atingiram o menor patamar desde fevereiro de 2022, com 8,87% em fevereiro de 2024.
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