27/04/2024 às 11h30min - Atualizada em 27/04/2024 às 11h30min

Agricultor aposta na citricultura e aumenta renda com baixo investimento

Edilson Pereira trabalha no plantio de laranja e limão há 11 anos e os planos são investir em novas plantas e aumentar a produção

Juliana Santos - Pauta Real
Foto: Juliana Santos/Pauta Real
Passando por meio dos 340 pés de laranja e limão, Edilson Pereira, se orgulha em contar sobre o trabalho com a citricultura. O agricultor tem uma propriedade no Assentamento Boa Esperança, na Zona Rural do município de Jacaraú, a 90 km de João Pessoa. Em 2013 resolveu plantar as primeiras mudas, mas só a partir de 2016 começou a colher as frutas. Atualmente a produção chega a mais de 10 mil laranjas e 150 caixas de limões, por ano. Na região do Assentamento, apenas três agricultores investiram e continuam na produção da citricultura.

Edilson cultiva também feijão, milho, macaxeira, tentou o inhame e criar abelhas, mas os 170 pés de laranja pêra e os 170 de limão taiti, deixam um brilho nos olhos do trabalhador que é mais conhecido na região como ‘Camarão’. Com jeito simples e sorriso no rosto, o agricultor mostrou ao Pauta Real cada detalhe das plantas e citou alguns bons motivos para continuar o cultivo dos citros.

Umas das vantagens é o preço da venda das duas frutas que não sofrem variação durante todo o ano, mesmo durante o inverno, ao contrário dos outros cultivos que tem em sua propriedade. 



Outro ponto detalhado por ele, é que, na mesma planta de laranja ou de limão pode ser observado ao mesmo tempo todas as etapas da produção da fruta, a floração, a formação dos novos frutos, o período de crescimento até o ponto de colheita. Em determinado momento esse processo de colheita contínua, pode durar até três meses.

“O que é bom é que tenho pouca despesa com esse cultivo de laranja e limão aqui na propriedade, pois as plantas precisam apenas de irrigação e pouco manejo. Limpo os matos que crescem, mas mantenho espalhado para manter o solo úmido, coloco esterco de vaca e adubo químico e eu mesmo faço a colheita das frutas. Não preciso pagar trabalhadores para ajudarem aqui nesta colheita”, explica Camarão.

De acordo com o agricultor, só de laranja são colhidas até dez mil frutas por ano, o que resulta na venda de cerca de 600 quilos de laranja. No entanto, o que chama bastante atenção é a produção do limão que chega até 150 caixas por ano. Cada caixa, pode ter cerca de 250 a 400 limões, o que difere é o tamanho que o fruto atinge no momento de colheita. 

Mas até a tão aguardada colheita da laranja são esperados seis meses desde a floração até o fruto maduro. Já o tempo de colheita do limão é bem menor. São 60 dias da floração até a colheita dos frutos no ponto para consumo. Em quantidade são colhidas três sacas de limão para uma saca de laranja.

Toda produção é vendida uma parte para a Prefeitura Municipal de Jacaraú e outra para compradores que distribuem para supermercados e feiras livres da região. 

Mudas



Para fazer a primeira plantação, Edilson Pereira investiu em mudas de laranja e limão enxertadas com limão galego. A técnica de enxertia utilizada para produzir a muda plantada na propriedade é a Borbulhia, que consiste na implantação de uma parte do caule da planta da laranja na madeira do pé de limão galego. Ao brotar é eliminado os brotos do limão e permanece apenas o da laranja. Da mesma forma é realizada a enxertia do limão taiti com o limão com galego. 

De acordo com o agricultor, as mudas enxertadas por borbulhia garantem uma boa fertilidade, produzindo os frutos mais rápido e as plantas têm melhor durabilidade.

Para aumentar a produção, esse ano de 2024, ele pretende investir em mais 100 mudas de laranja e 100 mudas de limão. As mudas enxertadas custam em média de R$12,00 a R$15,00 cada uma, que se soma ao valor do transporte, já que  o local de compra fica na cidade de Igarassu-PE, a 170 km de Jacaraú. 

Praga

Um dos prejuízos que assombra os agricultores que trabalham com a citricultura está relacionado à doença greening. Ela é causada por uma bactéria transmitida pelo inseto psilídeo que se alimenta de plantas cítricas. A principal característica da doença são manchas na folha do pé de laranja, impedindo o desenvolvimento dos ramos e das frutas, que caem antes do ponto de colheita. 


Como a doença não tem cura, o agricultor precisa eliminar totalmente os pés tomados pela praga e fazer o plantio de uma nova muda. Na propriedade de Edilson Pereira, pelo menos três plantas apresentaram a doença e foram eliminadas para tratar a terra e preparar para o plantio das novas mudas sadias. A partir disso serão aguardados  mais três anos para iniciar a primeira floração.




 
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