17/05/2024 às 11h55min - Atualizada em 17/05/2024 às 11h48min

Tragédia no Rio Grande do Sul: um olhar econômico

O Rio Grande do Sul é um estado potente economicamente quando observamos a nível do Brasil

Vitor Nayron

Vitor Nayron

Economia

Vitor Nayron
Foto: Marinha do Brasil
Recentemente, o mundo observou o início da tragédia que está ocorrendo no estado do Rio Grande do Sul. Infelizmente, a enchente histórica impacta a vida de milhares de gaúchos nas mais diversas áreas. 

É certo, como foi dito, que foram diversas áreas afetadas pela catástrofe: a saúde física e psicológica das equipes de resgate, voluntários e moradores, a perda de diversas vidas humanas e de animais, destruição do patrimônio público e físico de muitas pessoas, enfim, as questões são as mais diversas. Diante disso, na coluna desta semana, o objetivo é debater um pouco sobre os impactos econômicos causados pelas enchentes no RS. 

O Rio Grande do Sul é um estado potente economicamente quando observamos a nível do Brasil. Com os dados de 2021, o RS tinha posse do 4° maior PIB entre os estados, correspondendo aproximadamente a 6,5% do PIB do Brasil.
 

Unidades da Federação

PIB em 2021 (1.000.000 R$)

São Paulo

2.719.751

Rio de Janeiro

949.301

Minas Gerais

857.593

Rio Grande do Sul

581.284

Paraná

549.973

Santa Catarina

428.571

Bahia

352.618

Distrito Federal

286.944

Goiás

269.628

Pará

262.905

Mato Grosso

233.390

Pernambuco

220.814

Ceará

194.885

Espírito Santo

186.337

Mato Grosso do Sul

142.204

Amazonas

131.531

Maranhão

124.981

Rio Grande do Norte

80.181

Paraíba

77.470

Alagoas

76.266

Piauí

64.028

Rondônia

58.170

Sergipe

51.861

Tocantins

51.781

Acre

21.374

Amapá

20.100

Roraima

18.203

Brasil

9.012.144

 

Fonte: IBGE

 

Além disso, o Rio Grande do Sul é um estado pujante no quesito agricultura. Segundo os dados do Ministério da Agricultura, em 2020, ocupava a 6° posição nacional no ranking dos estados com maior volume de produção bruto da agropecuária. Atualmente, o RS é responsável por cerca de 70% da produção nacional de arroz. 

Diante do desastre, o governo federal, alinha ao objetivo de evitar um possível desabastecimento ou conter um aumento no preço do arroz, aprovou uma medida provisória para a importação de arroz. 

Entretanto, a Federação da Agricultura do RS informou que a colheita do arroz já tinha ocorrido em quase 80% das lavouras em um período anterior ao desastre. Além disso, na última quinta (16), o governo ajustou a projeção da inflação para 3,7% em 2024 frente a projeção anterior de 3,5%. 

Um dos pontos destacados pelo governo para a calibragem na projeção foi justamente a questão do RS. O Ministério da Fazenda aponta que os custos dos alimentos como carnes, arroz e aves podem ter um aumento nos próximos meses. 

O Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda destaca a dificuldade que pode ocorrer para escoar a produção do estado para as demais regiões, tendo em vista o impacto na infraestrutura do estado. 

No que compete ao PIB do RS, é esperado então uma queda bem acentuada neste ano de 2024. Vale salientar o impacto no mercado de trabalho e o tempo que o estado vai precisar para reerguer toda a infraestrutura destruída. Por ter uma participação relevante na composição do PIB nacional, pode-se esperar também um possível impacto no resultado agregado do país. 

Daqui, podemos seguir com as doações de roupas, água e demais itens básicos e necessários para os irmãos do RS, para que consigam se reerguer o quanto antes dessa tragédia. 


 
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