03/07/2024 às 08h09min - Atualizada em 03/07/2024 às 08h08min

Conta de luz mais cara: e agora?

Vitor Nayron

Vitor Nayron

Economia

Vitor Nayron

Na última segunda (01), passou a valer a cobrança da bandeira tarifária amarela na conta de luz. Na prática, vamos pagar mais caro pela energia. O anúncio foi realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) no mês passado. Em termos práticos, o aumento será de R$ 1,88 (aproximadamente) a cada 100 kWh. Valor esse que é menor do que o anterior à aprovação da redução da taxa da bandeira amarela, que era de R$ 2,99 a cada kWh O aumento foi justificado com base nas condições climáticas menos favoráveis para este mês de julho. Basicamente, com as previsões de chuvas abaixo da média até o final do ano (em torno de 50%)  será utilizado mais a geração da energia a partir das termelétricas, que apresentam um custo maior. Além disso, há uma perspectiva de crescimento da carga e do consumo de energia para esse mesmo período. 

 

Na prática, esse aumento significa um impacto negativo no bolso dos consumidores. O aumento da tarifa, bem como de outros produtos e/ou serviços, diminui o potencial de compra da população. Para a ampla maioria das pessoas, o reajuste salarial acontece uma vez no ano, mas, por outro lado, o aumento dos produtos e serviços acontece de forma mais rápida e instantânea. O resultado dessa combinação é a diminuição do poder de compra. Ou seja, com a mesma quantidade de dinheiro, consome-se menos. Esse é o impacto da inflação. 

 

Falando em inflação, vale salientar que o aumento isolado de um determinado produto ou serviço não é inflação propriamente dita, mas pode impactar lá no índice oficial do país (o IPCA). E a energia é um desses casos. 

 

A energia elétrica é um bem que não tem um substituto direto disponível. Diferente do que acontece com alguns outros produtos, como a carne, por exemplo. Ao observar um aumento significativo no preço da carne, os consumidores, geralmente, refazem suas escolhas e optam por substitutos como frango e até mesmo o ovo. O mesmo acontece com a gasolina, que as pessoas buscam por etanol (a depender do contexto). Entretanto, o mesmo não acontece com a energia, pois é essencial e não possui substituto. Ou seja, mesmo quando ocorre um aumento, as pessoas e as empresas podem até gerenciar o consumo para tentar reduzir, mas enfrentam um limite pra isso. 

 

Diante disso, a energia, assim como os combustíveis, têm um papel central na economia, pois está presente em diferentes momentos da cadeia de produção. Em maio deste ano, a inflação para o mês foi de 0,46%. Desse aumento, 0,09 pontos percentuais foi oriundo do aumento de 0,94% no preço da energia elétrica residencial. Esse é um exemplo bem claro do impacto do preço da energia sobre a inflação do país. 

 

Do nosso lado enquanto consumidores, o que podemos fazer é gerenciar o uso e reduzir ao máximo desperdícios. 

 
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