No contexto econômico, um ponto importante e de destaque é a qualidade de vida das pessoas. Primeiramente, é importante ter em mente que qualidade de vida está relacionada a diversos fatores além do fator renda, como educação, saúde, moradia dentre outras questões. Por outro lado, quando se pensa em padrão de vida, é observado mais a questão financeira.
Diante desse contexto, um dos desafios latentes é mensurar a qualidade de vida da população das diferentes regiões de um país e entre os diferentes países. Nesse cenário, uma das medidas mais faladas e conhecidas é o Produto Interno Bruto (PIB). O PIB consiste no somatório de todos os bens e serviços finais produzidos em um determinado período e em uma determinada região.
Entretanto, o PIB não se caracteriza como uma boa medida para verificar qualidade de vida, pois tem uma característica de ser muito agregado. Até como medida de riqueza o PIB acaba por não ser uma boa métrica. Vamos imaginar a seguinte situação: uma pessoa que tem um salário de 5mil reais é mais ou menos rica que uma família composta por duas pessoas e que recebe também 5mil reais de salário? Obviamente, uma pessoa que recebe sozinha 5mil reais é mais rica, mas se expandimos essa visão para um país, por exemplo, temos o chamado PIB per capita. Ou seja, pega-se o PIB e divide pela população, mas mesmo assim, trata-se de algo muito distante da realidade e de como realmente as pessoas vivem.
Diante dessas questões, uma métrica utilizada para verificar a qualidade de vida da população de diferentes regiões e até mesmo países é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Basicamente, o IDH varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, melhor o desenvolvimento humano e quanto mais próximo de 0, pior. De forma geral, o IDH é calculado com base em três esferas, que são: renda, longevidade e educação. Vale destacar que o IDH é uma aproximação, no sentido que, por exemplo, o IDH do Brasil foi de 0,760 em 2022, mas há pessoas no Brasil com um acesso superior à saúde, educação e possuem uma renda maior, entretanto, em média, o IDH é 0,760.
No caso da Paraíba, o IDH em 2021 foi de 0,698, o que interrompeu o ciclo de crescimento do índice desde 2019. Vale ressaltar que em 2021 os efeitos da pandemia ainda eram evidentes e grandes, o que pode ter impactado o indicador.
Observando a nível Brasil, o Distrito Federal é o que apresenta maior IDH (0,814). Em 2021, no ranking nacional, a Paraíba ocupou o 20° lugar. Na contra mão, o estado com o menor IDH em 2021 foi o Maranhão (0,676).
Outra informação disponível no painel de Índice de Desenvolvimento Humano - Municipal da ONU é a informação da renda domiciliar per capita, ou seja, é a divisão da renda domiciliar pela quantidade de residentes no domicílio.
Um ponto que chama a atenção é a queda na renda domiciliar per capita na Paraíba a partir de 2017, com o indicativo de recuperação em 2021. Além disso, a renda domiciliar per capita para os homens brancos (linha bege) é maior que a média em todo o histórico da série. Os homens negros apresentam a menor renda domiciliar per capita do estado.
A análise do IDH fornece um indicativo dos caminhos que o país está tomando e evidencia os pontos que precisam ser melhorados para que se consiga proporcionar uma qualidade de vida cada vez maior para a população.