09/09/2024 às 15h59min - Atualizada em 09/09/2024 às 15h53min

Soft Skills: O poder invisível e a longevidade na carreira corporativa

Marília Raulino

Marília Raulino

Doutora em Ciências Contábeis, atua no mercado corporativo desde 2012 está como CEO da Dental Center e conselheira de Administração pelo IBGC.

Marília Raulino
Foto: Freepik
Habilidades sociais, emocionais e interpessoais. Competências comportamentais. Essas características definem soft skills e nos aproximam do diálogo com as demandas do mercado corporativo. 

Para além das habilidades técnicas (hard skills), a ascensão profissional e o planejamento de uma carreira promissora dependem da compreensão sobre a dinâmica das relações de trabalho atuais. De acordo com o LinkedIn, “no último trimestre de 2023 as habilidades sociais foram requisitadas em 78% dos anúncios de empregos”, sinalizando a direção e relevância que as soft skills tomam no processo de recrutamento e escolha de profissionais para compor as corporações, considerando inclusive a promoção de um ambiente de trabalho positivo.

Apesar da sua relevância, as soft skills são subjetivas e de difícil mensuração, uma vez que estão relacionadas à personalidade e outros fatores emocionais e sociais de cada indivíduo. Mas, quais são realmente essas grandes habilidades que moldam a capacidade de um indivíduo se relacionar, colaborar e liderar?
Comunicação eficaz. Empatia. Trabalho em equipe. Resolução de conflitos. Pensamento crítico. Criatividade. Adaptabilidade. Inteligência emocional.

Há quem sugira ranking entre as soft skills mas, acredito que há subjetividade em qualquer forma de sugestão nesse sentido. No entanto, com base em dados recentes do LinkedIn, segundo a Forbes, 45% de todas as vagas de empregos anunciadas no LinkedIn Premium nos últimos três meses mencionam a importância das habilidades de comunicação. E mais de 61% dos profissionais dizem que as soft skills no local de trabalho são tão importantes quanto as hard skills. Há implicações que decorrem dessa opinião, principalmente relacionadas à longevidade da carreira, isto porque as hard skills (capacidades técnicas) são vistas como insuficientes para alcance de topo de carreira, ainda que sejam mais tangíveis.

Destaco que as hard skills podem ser temporárias e mais suscetíveis a sofrerem mudanças constantes, no entanto as soft skills são consideradas mais duradouras e utilizadas em todas as relações interpessoais, fator que pode contribuir para casos de transição ou mudança de carreira. 

Portanto, investir no desenvolvimento das soft skills deve ser uma prioridade para qualquer profissional que planeja buscar o topo da carreira em um ambiente de trabalho competitivo. Aqueles que dominam essas habilidades não só constroem carreiras sólidas, mas também moldam o futuro das corporações onde atuam. Em última análise, enquanto o conhecimento técnico abre portas, são as soft skills que realmente as fazem permanecer abertas.

Compreendendo o nível de importância das soft skills, as empresas estão integrando essas habilidades em seus processos de recrutamento, avaliação de desempenho e desenvolvimento de talentos. Programas de mentoring, coaching e avaliações 360 graus são ferramentas eficazes para identificar e aprimorar essas competências nos colaboradores. Além disso, muitas organizações estão adaptando suas culturas para valorizar e incentivar o desenvolvimento contínuo das soft skills, reconhecendo que essas habilidades são fundamentais para o crescimento individual e o sucesso coletivo.

Esse movimento reflete uma mudança mais ampla na gestão de pessoas, onde o foco não é apenas no que o profissional sabe, mas em como ele aplica esse conhecimento para colaborar, inovar e liderar. Dessa forma, as soft skills não são apenas um diferencial competitivo, mas uma necessidade para o sucesso em qualquer carreira no mercado de trabalho moderno.

Conexão. Relacionamento. Rede de apoio. Esses termos retratam drivers que moldam o mindset dos líderes atuais. Não se trata mais apenas de ter alguém que o recomende ou indique, mas sim construir uma rede sólida de relacionamentos que agregue valor à sua carreira e proporcione oportunidades que muitas vezes eram desconhecidas.

O networking, que antes era visto como algo reservado a eventos formais ou a troca de cartões de visita, hoje se expande e abrange todo e qualquer papel social, exigindo das lideranças, estratégias e uma postura intencional em todo comportamento e interação.

Na atual dinâmica das transformações relacionais, as redes sociais profissionais, como o Linkedin, funcionam como hubs de conexões e oportunidades. O diálogo com temas importantes e o compartilhamento de conteúdos quem agreguem valor à esta rede fortalecem as conexões.

Além das plataformas de mídias sociais focadas em business e mercado de trabalho, a construção de uma rede de boas conexões também compreende a participação em eventos, webinars, workshops e grupos que se propõem a facilitar negócios. Em João Pessoa, o grupo Ela Soma, se propõe a inspirar e conectar mulheres líderes através do networking. Ainda na Paraíba e em outros Estados do Brasil, o Soma Network se apresenta como uma plataforma facilitadora de negócios. No Rio de Janeiro, o Conexão Negócios proporciona encontros entre empresas e stakeholders. Desse modo, mapear os principais grupos de negócios parece ser a estratégia chave para os líderes atuais.

Energia. Dedicação. Intenção. Com o tempo, essas conexões se fortalecem, e se perceberá que esta rede robusta pode, e muito, influenciar positivamente a trajetória profissional de qualquer líder, promovendo inclusive a conquista de soft skills, como comunicação, proatividade, atitude positiva e assertividade.
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